quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Esforço de gêmeos para cancelar acordo com Facebook é dúbio

Irmãos querem invalidar acordo extrajudicial de 65 milhões de dólares.
Zuckerberg não compareceu à audiência que envolvia antigos colegas.

Cameron e Tyler Winklevoss enfrentaram uma audiência cética na terça-feira ao tentarem persuadir um tribunal de recursos norte-americano a invalidar um acordo extrajudicial de 65 milhões de dólares que assinaram para encerrar suas queixas quanto à criação do serviço on-line de redes sociais Facebook.

A saga dos gêmeos Winklevoss e de Mark Zuckerberg, presidente-executivo do Facebook, tornou-se tema de cinema com o lançamento do filme "A Rede Social", no ano passado, e foi durante muito tempo também uma batalha judicial.

Caso a disputa seja retomada, poderia representar uma grande dor de cabeça para o serviço de redes sociais em rápido crescimento, que vem atraindo interesse frenético dos investidores apesar de ser uma empresa de capital fechado, e está sendo observado atentamente em busca de sinais de que possa estar preparando uma oferta pública inicial de ações que atrairia imenso interesse.


Irmãos Cameron e Tyler Winklevoss deixam o Tribunal de Apelações, após uma audiência sobre a resolução de litígios com o Facebook, em São Francisco, Califórnia, nesta terça-feira (11).

Os irmãos, que tem 1,96 metro de altura, estavam claramente visíveis na primeira fileira do tribunal de recursos, terça-feira. Os dois, remadores olímpicos que disputaram a Olimpíada de Pequim em 2008, estavam vestindo ternos escuros e ouviram em silêncio as muitas perguntas feitas pelo painel de três juízes ao seu advogado.

Zuckerberg não compareceu à audiência judicial que envolvia antigos colegas de escola na Harvard University. No filme, o ator Armie Hammer interpreta os dois gêmeos idênticos, a quem o personagem de Zuckerberg se refere sarcasticamente como "os Winklevi".

Os gêmeos, em sociedade com Divya Narendra, criaram uma empresa chamada ConnectU, quando estudavam em Harvard, e afirmam que Zuckerberg roubou sua ideia para criar o Facebook, que nega essa alegação.

Os gêmeos alegam que, com base em uma avaliação interna que o Facebook não revela, deveriam ter recebido mais ações da empresa como parte do acordo extrajudicial que encerrou seu processo em 2008. O Facebook alega que não tem obrigação judicial de revelar uma avaliação interna.

O juiz Barry Silverman perguntou por que os advogados dos gêmeos não pressionaram mais para obter o número durante as negociações do acordo.

"Por que não perguntaram sobre isso naquele momento?", disse.

Jerome Falk, advogado dos Winklevoss, argumenta que o Facebook tem obrigação legal de revelar a informação. Mark Rosencrantz, advogado do Facebook, discorda dessa interpretação.

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